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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A Sabedoria Antiga - Capítulo 4 - O Plano Mental - Parte 02

Capítulo IV - O Plano Mental - Parte 02

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A essência elemental do plano mental é formada pela Mônada no estágio de sua descida, que precede imediatamente à entrada no mundo astral, e constitui, nas quatro subdivisões inferiores do plano mental, o Segundo Reino Elemental. As três subdivisões superiores, o "sem forma", são ocupadas pelo primeiro reino elemental. O pensamento produz, nesta essência elemental superior, irisações brilhantes, lampejos coloridos, relâmpagos de um fogo vivo, sem se incorporar em formas definidas. A essência elemental toma, por assim dizer, sua primeira lição de atividade orgânica, de ação combinada, mas não assume ainda limitações definidas das formas.

Nas duas grandes divisões do plano mental vivem inumeráveis Inteligências, cujos corpos inferiores são formados por matéria luminosa e da essência elemental do plano - Seres Resplandecentes que dirigem a evolução da ordem natural, guiam legiões de entidades inferiores das quais já falamos, e que estão por sua vez submetidos, em suas múltiplas hierarquias, aos Senhores Soberanos dos sete elementos (1). São seres, como facilmente se percebe, dum vasto conhecimento, de imenso poder, esplêndidos em seu aspecto; criaturas resplandescentes, formadas por mil nuanças de arco-íris, de cores celestes e cambiantes. Possuidores duma majestade real, respiram uma energia calma, expressão de uma força à qual não se pode resistir. Aqui se apresenta ao espírito a descrição do grande vidente cristão, quando fala de um poderoso Arcanjo: "Trazia em sua cabeça um arco-íris; seu rosto assemelhava-se ao Sol, e seus pés a colunas de fogo (2)". Suas vozes são "como som de muitas águas", como um eco da harmonia das esferas. São os guias da ordem natural; dirigem legiões imensas de elementos do mundo astral, de tal sorte que suas coortes, a cada instante, executam sua missão, auxiliando os processos da natureza com uma regularidade e precisão infalíveis.

No plano mental inferior, encontram-se numerosos chelas (a), trabalhando em seu corpo mental (3), libertos por algum tempo de sua vestimenta física.

Quando o corpo está mergulhado em sono profundo, o Pensador, o homem real, pode separar-se dele a fim de trabalhar livre de seus entraves, nessas regiões superiores. De lá, agindo diretamente sobre a esfera mental de seus semelhantes, sugerindo-lhes bons pensamentos, pode ajudá-los mais eficaz e mais rapidamente do que através da prisão do corpo físico. Percebe mais claramente as necessidades deles e pode, por consequência, vir em seu auxílio duma maneira mais perfeita. É este o seu privilégio mais alto e sua maior alegria: vir em auxílio dos seus irmãos que lutam, sem terem este conhecimento do serviço recebido e a menor ideia do braço poderoso que os ajudou a levantar o fardo da voz doce que, silenciosamente, os consola nas suas aflições.

Sem ser visto nem reconhecido, trabalha no entanto ajudando os amigos e os inimigos, com a mesma alegria e liberdade, derramando entre os homens correntes de forças benfazejas, enviadas pelos grandes Assistentes das esferas mais altas.

Encontramos também, às vezes, nesta região, as formas gloriosas dos Mestres, embora residam em geral numa subdivisão mais elevada do mundo "sem forma". Outros Grandes Seres ainda aí descem em certas épocas, quando uma missão de compaixão requer concurso num plano tão inferior.

Entre as mentes que funcionam conscientemente neste plano, humanas ou não (b), quer estejam em um corpo ou não, a comunicação é praticamente instantânea, porque se produz com "a rapidez do pensamento". As barreiras do espaço perderam seu poder de separação, e para entrar em contacto com outra alma, basta dirigir sua atenção sobre ela. Não somente a comunicação é rápida, mas igualmente completa, se as almas estão, mais ou menos, no mesmo grau de evolução. Aqui não há palavras que entravem  ou retardem as comunicações. Todos os pensamentos fluem de um a outro, ou mais exatamente talvez, cada um vê o pensamento tal como é concebido pelo outro. As verdadeiras barreiras entre as almas são as diferenças de evolução existentes entre elas. A alma menos evoluída não compreende nem conhece, na alma mais evoluída, o que aí se poderia perceber; e é evidente que unicamente a mais evoluída tem consciência desta limitação, pois a outra apenas recebe o que pode conter. Quanto mais evoluída for uma alma, mais tem consciência de tudo que a rodeia, e mais se aproxima das realidades. Mas o plano mental tem também seus voos de ilusão, não devemos esquecer nunca, embora muito menos numerosos e mais translúcidos que os do mundo físico. Cada alma está sempre envolta em sua própria atmosfera mental, e como todas as impressões devem atingi-la através desta atmosfera, são todas mais ou menos coloridas. A alma está tanto menos ao sabor das ilusões quanto mais transparente for esta atmosfera, quanto mais pura e menos colorida for pela personalidade.
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Notas da Autora:
(1) Estes seres são os Arupas Devas e os Rupa Devas dos hindus e budistas, os "Senhores dos Céus e da Terra" dos zoroastrianos, os Arcanjos e Anjos dos cristãos e maometanos.

(2) Apocalipse X, 1.

(3) Corpo ordinariamente chamado Mayavi Rupa ou corpo ilusório, quando organizado para agir independentemente no mundo mental.

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Minhas Notas

(a) chela: aprendiz de uma escola espiritual. Discípulo de um Mestre espiritual. Termo utilizado na Índia.

(b) mentes "humanas ou não": evidentemente que a autora considera a possibilidade de existir mentes "não humanas". Essa concepção parece ser quase hegemônica entre as diversas correntes espiritualistas da humanidade, mas, pessoalmente, não a considero racional. Se Deus, sendo perfeito e justo, há de conhecer o melhor caminho evolutivo para a perfeição, porque criaria caminhos alternativos?


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