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domingo, 25 de maio de 2014

A Sabedoria Antiga - Introdução - Parte 07 - Religião Egípcia

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Se Voltarmos nossas vistas para o Egito, encontramos aí desde a mais remota antiguidade, a conhecida Trindade: Ra (a), o Pai,  depois a Dualidade, Osíris-Isis (b), como segundo Logos; finalmente Horus (c). Recordemos o hino grandioso de Amon-ra:

"Os Deuses se inclinam diante de Tua Majestade, exaltando as Almas d'Aquele que as gerou... e eles Te dizem: Paz a todas as emanações do Pai inconsciente dos Pais Conscientes dos Deuses... Ó, Tu, Produtor dos seres, nós adoramos as Almas que emanam de Ti. Tu nos geras, ó, Desconhecido, e nós Te saudamos, adorando cada Alma-Deus que desce de Ti e vive em nós." (citado na The Secret Doctrinne, III, p. 486)

Os "Pais Conscientes dos Deuses" são os Logos, o "Pai inconsciente" é a Existência Una, inconsciente não por ser menor, mas sim infinitamente maior do que aquilo que nós chamamos de consciência, o que é algo limitado (d).

Nos fragmentos do Livro dos Mortos (e) podemos estudar as concepções da reencarnação da alma humana, a sua peregrinação para o Logos e sua união final com Ele. O famoso papiro do "escriba Ani, triunfante na paz" (f), está repleto de passagens que recordam ao leitor as Escrituras de outras crenças. Tais são: sua viagem através do mundo inferior; sua aspiração na reintegração em seu corpo (forma com que os egípcios apresentam a reencarnação); enfim, sua unificação com o Logos;

"Diz Osíris a Ani: Eu sou o Grande Um, filho do Grande Um. Eu sou o Fogo, filho do Fogo... Eu juntei meus ossos, fiz-me inteiro e são, e me tornei moço ainda mais uma vez. Eu sou Osíris, o Senhor da Eternidade." (XLIII, 1, 4) (g)

Na revisão do Livro dos Mortos por Pierret, encontramos esta notável passagem:

"Eu sou o ser de misteriosos nomes, que para si mesmo prepara moradas para milhões de anos." (pág. 22)

"Coração, que me vens da minha mãe, meu coração, necessário à minha existência sobre a terra... Coração que me vens de minha mãe, coração tão necessário para minha transformação." (pág. 113, 114)

VER PRÓXIMO CAPÍTULO >>>

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Minhas notas:

(a) Rá foi a principal divindade egípcia, cultuada pela classe sacerdotal. Posteriormente, o Deus Amon foi considerado o protetor dos Faraós e, daí, houve a evolução para o Deus Amón-Rá, uma espécie de combinação das características das duas divindades anteriores. Amon-Rá era o Deus criador, o Deus-Sol, pai de todas as almas e de todas as outras divindades.

(b) Osíris, segunda maior divindade egípcia, era casado com Ísis. Era o Deus responsável pela transição serena entre o mundo dos encarnados e o dos desencarnados.

(c) Horus, filho de Osíris e Isis, o Deus dos Céus, segundo a mitologia egípcia.

(d) A tradução deste parágrafo para o português na 2a edição da Editora Record ficou desprovida de sentido. O texto dessa tradução era: Os "conscientes Pais dos Deuses" são os Três Logos: o "Pai Inconsciente" é a Existência Una, chamada inconsciente porque Ela é infinitamente maior, e não menor que a alimentação à qual atribuímos o nome de consciência.

Para traduzir o parágrafo como está acima recorri à versão original, que tem o seguinte texto: "The Concious Father of the Gods" are the Logos, The "unconcious Father" is the One Existance, unconcious not as being less but infenitely more then what we call conciousness, a limited thing.

(e) O "Livro dos Mortos" não é propriamente um livro, mas uma coletânea de papiros que eram depositados junto às múmias, contendo rituais, orações e instruções destinadas a auxiliar o "morto" a fazer uma transição suave para a vida após a morte física.

(f) Papiro de Ani: parte de "O Livro dos Mortos". Encontra-se atualmente no museu Britânico, em Londres.

(g) na mitologia egípcia, Osíris foi trazido da morte por sua esposa Isis, e com ela teve como filho outra divindade, Hórus.


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